terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Saga de Juvenal – Parte 4

Estilo: telejornal

O convite aceito por Juvenal para participar da Real Academia Mundial de Ciências ajudou a aumentar a sua popularidade rapidamente. Outros fatores também contribuíram bastante. Juvenal tinha o incrível dom da simpatia, escutava pacientemente a todos que se dirigiam a ele. Era procurado por escolas, institutos e universidades. Falava várias línguas, o que facilitava a comunicação e difusão das suas idéias, sempre influenciadas pelos anos vividos no castelo onde conhecera e estudara sob a orientação do mestre e amigo João Henrique.

Naquele tempo em que já era uma figura conhecida por muitos e membro ativo da Academia, o mundo vivenciava fenômenos das mais diversas naturezas. Em função da boa reputação, a Real Academia Mundial de Ciência recebia pedidos do mundo todo para análise de fenômenos “do desconhecido”, casos inexplicáveis que eram estudados, analisados e explicados pela razão da ciência. Dentre eles, um despertou especial atenção de Juvenal. O pedido que chegou à Academia estava assinado por um velho amigo de nome Fornando, e tinha o inusitado título de “As mesas que falam”.

Apesar do descaso dos companheiros da Academia, Juvenal decidiu atender ao pedido do amigo, obedecendo ao instinto de decifrar o mundo que lhe caracterizou a infância, somado aos princípios aprendidos no castelo-escola com João Henrique, como o de cultivar o espírito natural de observação das crianças.

A impressão de que o magnetismo seria a chave para o enigma foi dissolvida quando, ao participar de algumas reuniões, sempre em companhia do amigo Fornando, Juvenal presenciou a capacidade das mesas de darem respostas inteligentes. Mas Juvenal nunca foi de aceitar idéia alguma, sem lhe conhecer o como e o porquê. Atordoado ao assistir com os próprios olhos mesas que dançavam, saltavam e falavam sobre informações da intimidade dos participantes das reuniões, Juvenal estudou, fez experiências e questionou, tentando desvendar a qualquer custo aquele mistério.

Ao envolver-se na investigação de tais fenômenos, porém, Juvenal dividiu opiniões até mesmo entre os amigos mais íntimos. Antes unanimidade na Real Academia Mundial de Ciências, alguns membros exigiram, então, o seu desligamento imediato da organização, haja vista o insulto à ciência com a fraude d”as mesas que falam”. Nem mesmo no aconchego da família Juvenal encontrou tranqüilidade. Preocupado com a saúde mental do filho, os pais, grandes impulsionadores do espírito investigativo de Juvenal, afastaram-se dele, temerosos com suas atitudes.

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Confira amanhã a quinta parte dessa emocionante história!