quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A Saga de Juvenal – Parte 2

Estilo: faroeste

Tudo era bem diferente na nova casa de Juvenal, a começar pelas pessoas que lá habitavam. Elas vinham de cidades diferentes, de países diferentes, de culturas diferentes. Aliás, Juvenal não ia mais para a escola. Juvenal ia para o castelo! Sim, um castelo, onde Juvenal conheceu seu mais novo amigo: João Henrique, ou simplesmente J.H.

João Henrique era um homem já em idade madura, mas com alma de criança. Sério para ensinar, mas alegre no trato com todos, em suma, um homem com idéias e metodologia criativas, mas bem modesto quando o assunto era o castelo-escola por ele criado e administrado.

O início foi bem difícil para Juvenal, isso porque não foi só o tamanho da escola que mudou, mas tudo era bem diferente. Pra começo de conversa, as portas do castelo estavam sempre abertas, o dia inteiro! E pasmem, os alunos podiam entrar e sair quando bem entendessem! Juvenal chegou até a duvidar do juízo dos pais, imaginando que se eles soubessem como era a rotina do castelo o mandariam de volta pra casa imediatamente.

Antes que isso acontecesse, Juvenal tratou de abusar da liberdade que tinha. Acontece que o castelo não era um castelo qualquer, tinha um jardim enorme, com plantas e bichos que Juvenal não imaginou existir. A única aula que assistia até o finalzinho era a de física experimental, pela qual os alunos brincavam de aprender com as mãos, com os olhos, com os sentidos.

Mas algo incomodava Juvenal. Sem saber explicar o porquê, Juvenal só via os outros estudantes do castelo nas horas vagas, nos intervalos. Em horário de aula, não sobrava ninguém fora da sala, o que era de se estranhar, já que os alunos podiam sair da sala quando quisessem. (Aqui entre nós, Juvenal queria entender mesmo era de onde que os seus amigos sabiam as coisas que ele sabia, e as outras coisas que lhe eram estranhas). Então Juvenal decidiu inovar, uma semana assistindo a todas as aulas e mais, lendo tudo direitinho, fazendo todos os paracasas com letras, que não eram pra ele tão divertidos quanto às lições de ginástica e paracasas de serviços manuais, daqueles que se monta, desmonta, remonta, inventa.

E não eram poucas as aulas: 10 horas por dia, das seis da manhã às oito da noite, mas cada lição só durava uma hora e era seguida de pequeno intervalo. Juvenal se perdia um pouco na hora de mudar de sala, porque afinal de contas eram tantas e de tanta coisa! Aula de mineralogia; zoologia; anatomia comparada; história natural; fisiologia e psicologia; física experimental; química; línguas mortas e antigas; línguas modernas; geografia política, história civil; instrução religiosa.

Aos poucos Juvenal descobria um mundo novo. Nesse mundo, relativamente pequeno, não muito pesado, muito de folhear. Mundo que se abre pelos olhos de ler.

Vídeo


Amanhã, a terceira parte da Saga!