O Fala Rapeizi desta edição traz uma biografia muito especial: a de Eurípedes Barsanulfo. Renan Dias (IV Ciclo), que interpretou o famoso espírita de Sacramento na peça da COMEBH e no Encontros, nos traz uma completa pesquisa sobre Barsanulfo, que será dividida em duas partes. Na postagem de hoje você irá conhecer a trajetória deste cristão, antes mesmo dele conhecer a Doutrina Espírita.
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Eurípedes Barsanulfo – uma vida de exemplos cristãos – Parte I
Por Renan Dias
Baseado no livro “Eurípedes - o Homem e a Missão”, de Corina Novelino
Nascido em Sacramento–MG no dia 1º de maio de 1880, Eurípedes Barsanulfo desde jovem já se revela estudioso. Na escola primária do Sr. Joaquim Vaz de Melo Júnior, fez as “primeiras letras”. Já no Colégio Miranda, também em sua cidade natal, foi encaminhado para salas adiantadas, onde se tornou assistente dos professores, assumindo funções de monitor, em que transmitia aos seus colegas lições de Língua Portuguesa, Francês e Matemática. Se destacava também no Francês, Latim e Ciências Naturais. Além disso, ainda auxiliava os irmãos nos deveres de casa.
Em sua adolescência, foi um dos fundadores do Grêmio Dramático Sacramentano no qual atingia fama além das fronteiras locais, em razão do brilho de suas apresentações, grandes peças clássicas foram montadas com bom gosto e expressivo conteúdo moral.
Não se envaidecia com elogios, pelo contrario, os repelia, considerando-os “venenos poluidores da personalidade humana”[1]. Revelando-nos a sua grande envergadura moral com apenas 12 anos de idade.
Em 1901 o Diretor do seu Colégio chamara seu pai Hermógenes Ernesto de Araújo mais conhecido como Sr. Mogico para que providenciasse uma instituição na qual seu filho pudesse realizar o curso superior, e enfatiza ao pai de Eurípedes as qualidades do mesmo, o notável professor Miranda termina suas explanações dizendo: “Nada mais temos para ensinar a Eurípedes. Ele já aprendeu tudo o que o nosso colégio pode oferecer.”[2]
Em 1902, Sr. Mogico leva o filho ao Rio de Janeiro a fim de dar prosseguimento aos estudos de Barsanulfo. Matriculado com entusiasmo no curso preparatório da Escola de Medicina da capital fluminense, o nosso jovem se via prestes a adquirir conhecimentos com o intuito de ajudar sua mãe a Senhora Jerônima, mais conhecida como Meca, que sofria de uma doença, a qual não havia cura. Anos antes dissera: “Não descansarei, mãe, enquanto não encontrar um caminho para debelar o mal, que tanto a aflige. Não descansarei enquanto não curar a senhora.”[3]
As vésperas da saída do jovem, enquanto arrumava a singela mala do jovem, sua mãe foi acometida por mais uma crise de saúde. Era a tristeza da separação próxima. Ao retomar a consciência, Meca encontrou a mala desfeita, e então, Barsanulfo nunca tocara no assunto.
Tornou-se, a partir daí, um enfermeiro voluntarioso de sua mãe nos anos posteriores. Ficando em Sacramento, amplia suas atividades no campo da comunicação, criando com a colaboração de várias pessoas a Gazeta de Sacramento, que circulou, até provavelmente 1918 - foi o primeiro periódico de sua cidade, reconhecido em cidades vizinhas.
Homeopatia e auxílio aos necessitados
Barsanulfo interessou-se em estudos sobre Homeopatia. Daí surgia a primeira cintilação do amor pelos sofredores. Com próprios recursos, Eurípedes criara pequena Farmácia Homeopática, atendendo primeiramente os necessitados da periferia da cidade, os quais buscava em visitas cotidianas. Saia a visitar pobres, nos recantos mais afastados, no atendimento carinhoso e dedicado. As famílias assistidas levavam seus filhos enfermos a ele.
A personalidade desse jovem já se impunha pela serena compreensão das fraquezas humanas, que o situaria anos após na plana inconfundível de missionário do bem. Nos últimos tempos, Meca vinha sentindo diminuição gradativa da visão até que chegou à cegueira. O jovem Eurípedes aplicara na mãe os recursos conhecidos da homeopatia e então obteve a cura tão almejada.[4]
O nosso jovem entregou-se ao estudo, através da leitura de bons livros. Pode-se mesmo admitir, a formação de um jovem num importante processo de autodidatismo, que o haveria de colocar no plano avançado no campo do magistério, bem como no jornalismo, na tribuna e nas artes.
Em 31 de janeiro de 1902 fundara o Liceu [escola] de Sacramento. O nome de Eurípedes está profundamente ligado a historia educacional da cidade mineira à época, através de sua extraordinária vocação pedagógica.
Esta gostando da história de Eurípedes Barsanulfo?
Não perca a segunda parte da história deste espírito de luz. No próximo Fala Rapeizi! você ficará por dentro do primeiro contato de Barsanulfo com a Doutrina Espírita. Aguarde!
Referência bibliográfica:
“Eurípedes - o Homem e a Missão”, de Corina Novelino
[1] (cap.5 pág.45)
[2] (cap.5 pág. 41)
[3] (cap.5 pág.43)
[4] (cap.5 pág.50)
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