quarta-feira, 23 de abril de 2008

Blog traz interpretação de historiadores para a parábola do Administrador Infiel

Na seqüência de programação do III Ciclo (17 e 18 anos), que este ano aprofunda no tema “Três Revelações”, dentro do módulo “O Cristo”, no sábado, 5 de abril, Alcione Machado trouxe em seu estudo algumas parábolas de Jesus não muito conhecidas do público.

Em uma delas, A parábola do “Administrador Infiel”, a história gerou interpretações diferentes (e até confusas).

Assim, o Blog da Mocidade foi atrás do que diz os melhores historiadores do Novo Testamento, através das obras ecumênicas (montadas e traduzidas por católicos, judeus e protestantes) “Bíblia de Jerusalém”, e “Tradução Ecumênica da Bíblia - TEB”.

Primeiro, sugerimos ler na íntegra a parábola abaixo. Depois, tente fazer sua análise e compare-a com a conclusão dos exegetas (especialistas em esclarecer minuciosamente a interpretação de um texto):

O administrador infiel [Lucas 16, 1-13]
Dizia ainda a seus discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por dissipar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: ‘Que é isso que ouço dizer de ti? Prestas contas de sua, pois já não podes ser administrador!’ O administrador então refletiu: ‘Que farei, uma vez que meu senhor me retire a administração? Cavar? Não tenho força. Mendigar? Tenho vergonha... Já sei que farei para que, uma vez afastado da administração, tenha quem me receba na própria casa’.

Convocou então os devedores do seu senhor um a um, e disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’ ‘Cem barris de óleo’, respondeu ele. Disse então: ‘Toma tua conta, senta e escreve depressa cinqüenta’. Depois disse a outro: ‘E tu, quanto deves?’ ‘Cem medidas de trigo’, respondeu. Ele disse: ‘Toma tua conta e escreve oitenta’.

E o senhor louvou o administrador desonesto por ter agido com prudência[1]. Pois os filhos deste século são mais prudentes com sua geração do que os filhos da luz.

O bom emprego do dinheiro – E eu vos digo: farei amigos com o Dinheiro da iniqüidade, a fim de que, no dia que faltar o dinheiro, estes vos recebam nas tendas etrnas. Quem é fiel nas coisas mínimas, é fiel também no muito, e quem é iníquo no mínimo, é iníquo também no muito. Portanto, se não fostes fiéis em relação ao bem alheio, quem vos dará o vosso[2]?

Ninguém pode servir a dois senhores: com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro.

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Veja agora as notas explicativas [que podem ser conferidas nas páginas das duas obras citadas, em que se encontra a parábola] e compare com suas interpretações:

[1] Segundo o costume tolerado na Palestina naquela época, o administrador tinha o direito de conceder empréstimos com os bens do seu senhor. E, como não era remunerado, ele se indenizava aumentando, no recibo, a importância dos empréstimos. Assim, na hora do reembolso, ficava com a diferença como um acréscimo que era o seu juro. No presente caso, não havia emprestado, na realidade, senão cinqüenta barris de óleo e oitenta medidas de trigo. Pondo no recibo a quantia real, privava-se apenas do benefício – para a dizer a verdade, usurário – que havia subtraído. Sua “desonestidade” não consiste, pois, na redução dos recibos – o que não é senão um sacrifício de seus interesses imediatos, manobra hábil que o senhor pode louvar – mas antes nas malversações anteriores que motivaram a sua demissão.

[2] “O vosso”; var.: “o nosso”. – Trata-se de bens espirituais que podem pertencer ao homem.