sexta-feira, 5 de março de 2010

Série: Lindos Casos de Chico Xavier - 1º Caso

Imagem do Filme - "Chico Xavier"

2010 é um ano muito especial para todos os espíritas, pois nele comemoraremos o Centenário de Chico Xavier.

Várias atividades estão sendo feitas com o objetivo de enfatizar a obra de Chico e contribuir com a preservação de sua memória, como o 3º Congresso Espírita Brasileiro com a temática “Centenário de Chico Xavier”, que acontecerá na cidade de Brasília em meados de abril, e um filme sobre o estimado médium, a ser lançado no próximo dia 2 de abril.

O Blog Mocidade AECX não poderia ficar fora desses acontecimentos e, para tanto, nesse mês de março, publicaremos, às sextas-feiras, casos retirados do livro "Lindos Casos de Chico Xavier", de Ramiro Gama.

Clique aqui e visite o site oficial do filme dedicado à trajetória de vida de Chico Xavier. Visite também o canal do filme no Youtube clicando aqui.



VÁ COM DEUS

O Chico veste-se humildemente. Possui apenas dois ternos, um do uso e outro da reserva. Certo Médium de São Paulo, que o visitava, vendo-o tão mal vestido, exclama:

— Pensava em encontrá-lo, como o maior Médium de todos os tempos, bem vestido, bem ALOJADO, vivendo uma vida folgada e o encontro assim, maltrapilho. Não está certo. Precisamos fundar a SOCIEDADE DOS MÉDIUNS. O Chico sorri e nada responde...

Lembrando-se, conosco, deste caso, pondera-nos...

— Vivo assim e sempre hei de viver, enquanto estiver aqui, vivendo a minha prova. E ainda assim me criticam, achando-me rico, com dinheiro nos bancos. Imagine se vivesse diferentemente, o que não diriam... Depois, reportando-se ao passado, conta-nos: Tempos atrás, passou momentos críticos. Um infeliz irmão, dado ao vício de tirar coisas alheias, entrou no seu quarto, e, na sua ausência, levou-lhe o único terno, que possuía de reserva.

Ficou aflito mas não desesperado. Seus irmãos, sabendo do acontecido, reagiram. Combinaram uma armadilha para pegar o viciado, certos de que ele voltaria, tanta facilidade encontrou para agir... E fizeram uma trouxa de roupas usadas e a colocaram à janela de seu quarto, bem à vista. Traduzindo-lhe as intenções, ofereceu-lhes o Chico para ficar de guarda. Aceitaram. E por algumas noites, vigiou. Quando menos esperava, alta hora da noite, vê alguém entrar no seu quintal, dirigir-se à sua janela, pegar na trouxa e levá-la. Deixou passar alguns minutos e, depois, deu o alarme. Levantaram-se os familiares apressadamente, inteiraram-se do ROUBO, e deram uma busca. Tudo em vão. Não encontraram o ladrão.

— Mas, Chico, como deixou o ladrão fugir, advertiu-lhe um dos irmãos.

—  Estava cansado e dormi. Quando acordei já a trouxa não estava na janela, respondeu-lhe. Mas, todos, ficaram contrafeitos, achando que, diante do acontecido, não deviam ter dó do Chico; que, por castigo, deveriam deixar que ele andasse só com um terno, até que, de sujo, se apodrecesse no seu corpo. O caso morreu. Uma tarde, vinha o Chico na sua charrete, de volta da Fazenda, quando alguém fê-lo parar e lhe implora:

— Irmão Chico, pare desejo lhe pedir perdão.

— Perdão de quê, meu irmão.

— Fui eu quem lhe roubou as roupas... E, quando fui verificá-las, encontrei seu bilhete, que me tocou o coração, pois que me dizia: VÁ COM DEUS! E até hoje sinto que estou com Deus e Deus está comigo e não posso roubar mais. O Chico abraçou-o comovido, perdoou-lhe a falta e, satisfeito por vê-lo reformado, tornou a dizer-lhe:

— VÁ COM DEUS, meu Irmão!