segunda-feira, 7 de maio de 2007

Fala Rapeizi! Edição nº3

E a coluna “Fala Rapeizi!”, aberta a todos os jovens da Mocidade AECX, chega em sua terceira edição. O colega do IV Ciclo, Leandro Cosme, nos traz uma bela crônica sobre a Campanha do Quilo, atividade realizada aos sábados, com saída às 13h45, na porta do Célia Xavier. Confira!

Os tr(opeiros) da última hora
Por Leandro Cosme

A atividade que hoje mais se aproxima do serviço dos tropeiros e caixeiros de épocas pretéritas do Brasil é a Campanha Quilo. Na prática, é um excelente trabalho de campo de urbanismo e geografia urbana, mas para aqueles que conservam a criança interior é também uma grande aventura saudável.

Os tropeiros carregavam mercadorias do litoral brasileiro para o interior do país e entre lugares dentro do próprio interior, abastecendo vilas e cidades e transportando grãos da produção interna para a exportação. O andamento da sociedade era outro. Jornadas levavam dias e semanas para serem feitas através das paisagens não somente observadas, mas também atravessadas.

Andavam-se quilômetros. Sentia-se a noite, o dia, a presença das matas, dos insetos e dos animais. Viam-se vaga-lumes, cheiravam-se as árvores e se ouvia os pássaros. A sucessão de paisagens e a passagem por vários lugares davam a impressão de desbravamento.

Hoje em dia o asfalto e os automóveis substituem os tropeiros e o compasso de nosso tempo é mais rápido. No silêncio da noite que alguns espaços nos permitem ao contrário de grilos escutamos os sons das cercas elétricas. Casas, prédios, fios, postes, ruas, avenidas e carros compõem nossa paisagem, dividida ao longo da semana entre áreas mais calmas e áreas mais movimentadas.

Mas, nos finais de semana as cidades, em sua maioria, mudam. As paisagens tranqüilas dos bairros são atravessadas por carregadores de mochilas motivados pela Boa Nova de Jesus. Recolhendo e transportando alimentos para outras pessoas, sob a sombra da arborização urbana e de prédios, sobre o asfalto escaldante ou, às vezes, sob chuva.

Andam-se quilômetros de coração e Deus dá as nuvens aos que não têm a sombra das árvores quando o sol está forte. Durante a Campanha também vamos a vários lugares e desbravamos paisagens antes nem reparadas, na cidade e em nós mesmos. Alguns até dirigem carros (Kombi é um bom).

Se “o ser humano é do tamanho do que enxerga”, na Campanha do Quilo observamos corações, quilômetros de corações tocados pelo Cristo.

4 comments:

Flávia Sá Bertolacini disse...

amei o texto!!!!ta de parabens Leandro!!!
bjos pra vcs todos!!!

Érica disse...

noooossa!!
que bonito texto pra falar da tarefa... pra ser muito sincera, nunca tinha olhado por esse ângulo!
PARABÉNS!!! e que ele funcione como um chamado para que as pessoas venham conhecer a campanha do quilo e sair por aí, desbravando e conhecendo mais de si mesmo...

"trabalho traz alegria, bondade gera afeição..."

beijos!!

Ana e Caixeta disse...

Oi Leandro,

bacana o texto, einh? Campanha do quilo também é cultura :)

abração

Anônimo disse...

Valeu Nandinho!
É cultura, é saudável (em muitos aspectos) e muito divertido!!
Para alguns o slogan da Campanha é:
"Eu faço Campanha do Quilo radicalmente!"

[ ]'s a todos.