O encontro do I e II Ciclo no último sábado teve como estudo “Causos de Chico Xavier", em que a vida do mais importante médium brasileiro foi debatida, com os seus mais engraçados casos.
Os presentes, após acompanharem um pouco a trajetória de Chico, em um documentário exibido, foram divididos em grupos e os “causos” foram apresentados em pequenas e rápidas esquetes.
O momento foi bastante descontraído, com a moçada mostrando o talento artístico e dando show de interpretações. Após os mini-teatros, a moçada debatia o sentido das histórias do velho Chico e seus reais significados.
O Blog da Mocidade AECX publica abaixo, na íntegra, os “causos” apresentados, na forma de texto teatral, inclusive para aqueles que tiveram interesse de copiá-los e também realizar este estudo.
Divirta-se e reflita!
Os Bombeiros
Narrador:
Uma vez, um jornalista chegou a Uberaba, ainda cético em relação a Chico Xavier. Em tom de crítica ao trabalho de Assistencialismo feito pelo velho Chico, ele comentava com os outros dizendo:
Jornalista:
“Sobre o que faz Chico Xavier, penso o seguinte: Você não deve dar o peixe. Deve ensinar a pessoa a pescar”.
Narrador:
Assim que o comentário chegou até Chico, ele, tranquilamente disse:
Chico:
“Se uma casa está pegando fogo do nosso lado, nós cruzamos os braços e esperamos pela chegada dos bombeiros ou ajudamos com alguns baldes de água?”
Narrador:
O jornalista refletiu bastante acerca da colocação feira por Chico e ainda tomou conhecimento de uma frase dita por Madre Teresa de Calcutá: “muita gente não tem força para segurar a vara de pesca”.
Empresário
Narrador:
Um empresário muito bem-sucedido procurou Chico Xavier para pedir socorro.
Empresário:
“Chico, eu tenho tudo! Tenho uma família maravilhosa, filhos lindos, uma bela casa; mas não consigo ser feliz de jeito nenhum!”
Narrador:
O empresário esperava um passe, uma oração, uma solução mágica, mas recebeu de volta uma frase curta:
Chico:
“Meu filho. O que falta a você é a alegria dos outros”
Água da Paz
Narrador:
Quando Chico começou a ter as primeiras visões, ainda criança, começou a ser chamado de louco pelo próprio pai e por moradores de Pedro Leopoldo, cidade onde nasceu. Só a sua mãe o entedia, mas ela morreu quando ele tinha cinco anos. Logo depois da morte dela, Chico passou a vê-la, no quintal de casa. Na época, ele reclamava muito das perseguições e desconfianças a que sofria. Depois de muitas queixas diárias, a mãe apareceu:
Mãe de Chico:
“Meu filho, busque a água da paz. Ela vai te ajudar.
Narrador:
Chico saiu imediatamente à procura do tal remédio. Procurou em todas as farmácias da cidade e nada de achar. Pediu, então, aos tios que comprassem em Belo Horizonte, mas também ninguém achou a tal água. Quando o espírito da mãe reapareceu no quintal, Chico perguntou:
Chico:
“Ué mãe? Não achei esse remédio em nenhum lugar! Onde que eu acho?
Mãe de Chico:
“Meu filho. Pode ser água da bica mesmo. Você põe na boca e só engole quando a vontade de reclamar tiver passado”
Narrador:
Chico Xavier passou a vida com a água da paz na boca, medindo palavras, engolindo queixas e desaforos.
Pá
Chico
“Pá, pessoal, muita pá pra vocês!
As pessoas:
“Obrigado Chico, muita paZ pra você também, muita paZ!”
Chico
“É isso pessoal! Pá! Muita pá pra vocês!”
Nesta parte as pessoas vão embora...
Narrador:
Chico adorava usar essa frase da “pá” e as pessoas sempre entendia “paZ”. Ele sempre dizia: “Alguns aí não precisam de tanto passe, precisam de pá!!! O trabalho engrossa o fio da vida e é o remédio mais poderoso que existe na vida, principalmente quando é feito em favor dos outros.
A pulga
Narrador:
Uma senhora, entusiasmada com a revelação que lhe foras feita por um médium, viajou para Uberaba só para contar a novidade para Chico. Chegando lá, ela disse:
Senhora:
“Chico, recebi uma notícia maravilhosa!
Chico:
“O que foi minha irmã?”
Senhora:
“Descobri o que fui na encarnação passada: fui uma heroína em defesa dos cristãos! Fui honradamente devorada por um leão nos circos romanos! E você Chico? Quem foi você? Um grande herói também???”
Chico:
“Sim minha irmã. Eu sei bem quem eu fui... Fui a PULGA do Leão!”
Entrar e sair
Narrador:
Durante as visitas que Chico Xavier fazia a lugares não muito bem vistos pela sociedade, considerados “mal freqüentados”, as pessoas lhe falavam:
Pessoa:
Chico, você deveria escolher melhor os lugares que visita! Fica indo nesses locais onde se encontram moças de maus costumes e vagabundos... Fique de olho, hein!
Narrador:
Preocupado, Chico conversou sobre o assunto com Emmanuel.
Chico:
“Pôxa, Emmanuel. O que eu faço, paro de visitar tais locais, mesmo que seja para levar boas palavras?”
Emmanuel:
“Chico, pode continuar indo numa boa. O problema não é entrar e sim como você irá sair...”
Olho doente
Narrador:
Uma vez, Chico sofreu uma hemorragia no olho direito. Durante dois dias, ele não participou dos trabalhos mediúnicos. Sendo assim, Emmanuel veio fazer uma visitinha:
Emmanuel:
“Por que você não está trabalhando?”
Chico:
“Oi Emmanuel. Como você pode ver, estou com um olho muito doente.”
Emmanuel:
“E o outro olho? O que está fazendo? Ter dois olhos é um luxo! Mãos à obra!”
Inferno
Narrador:
Em 1931, quando Chico Xavier publicou seu primeiro livro psicografado, “Parnaso de Além-Túmulo”, um importante padre de Pedro Leopoldo falou sobre a novidade:
Padre:
“Mas que absurdo! Como que uma pessoa escreve um livro ditado pelos mortos! Esse espírita tem que ir para o inferno!
Narrador:
Chico, ao saber destas declarações, ficou muito triste e abatido. Depois, foi ao quintal de sua casa, encontrar com o espírito de sua mãe:
Chico:
“Mãe! Você ouviu o que o padre anda dizendo sobre mim?”
Mãe de Chico:
“Meu filho, cada um fala o que quer. Se ele o mandou para o inferno, você não vai. Fique aqui mesmo na Terra”.
Narrador:
Com o bom humor da mãe, Chico ficou mais calmo e percebeu que as pessoas nos incomodam somente quando permitimos.
Choro Espírita
Narrador:
Certa vez, um senhor se aproximou de Chico e perguntou:
Senhor:
“Chico, qual é a postura do Espírita diante do sofrimento?”
Chico:
“Meu senhor. Sabemos que o sofrimento faz parte da existência humana. Por isso, o espírita consciente chora escondido. Depois, lava o rosto e vai atender, sorrindo, a multidão.”
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