quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

“Moradores do Prado foram até a delegacia para impedir funcionamento do Célia Xavier”, diz Seu Peixoto

A história da Casa de Célia é retratada por Francisco de Paula Peixoto, "Seu Peixoto", único fundador vivo da AECX



Os 60 anos de fundação da Associação Espírita Célia Xavier foram comemorados em grande estilo. A noite desta terça-feira foi abrilhantada pelas palavras do único fundador vivo da Casa: “Seu Peixoto”. O auditório estava cheio e todos puderam acompanhar importantes relatos das seis décadas que constituem a história da AECX.

Francisco de Paula Peixoto contou casos e curiosidades sobre os primeiros anos da entidade, ainda conhecida como “Centro Espírita” Célia Xavier. “Naquela época a rua Coronel Pedro Jorge se chamava Moscovita”, nos conta Peixoto que, dentre as inúmeras histórias, relembrou o movimento feito pelos moradores do Prado contra o surgimento da AECX. “Quando a vizinhança tomou conhecimento de que seria construído um centro espírita, correram até a delegacia para impedir o fato. Não obtiveram sucesso”, relata sorridente Seu Peixoto.

Muitos se espantaram, na época, com a atitude do Sr. Xavier e de sua filha, Célia Xavier, que, mesmo não sendo uma família de posses, doaram a casa deles (onde é a AECX hoje) para sediar o centro espírita. “Seu Xavier”, como primeiro dirigente da Casa, deu o nome da filha para a Associação.

“Militares assistiam palestras em 64”

Nem mesmo o Célia Xavier ficou de fora das “investigações” da ditadura militar. Logo após o golpe de Estado, o governo federal investiu pesado contra as diversas facções religiosas, acusando-as de acobertarem agitadores e comunistas. “Vários deles vieram ao Célia à paisana, acompanhando nossos estudos. Para nossa sorte, na época tinha um coronel espírita que freqüentava aqui . Sendo assim, os militares acabaram parando de vir”, relembra Peixoto.

Ex-dirigente da Casa danifica e destrói registros históricos do Célia Xavier

Um outro grande desafio enfrentado pela AECX foi uma ex-dirigente (Seu Peixoto não citou o nome) que, ao assumir a Casa resolveu “apagar” a memória dos diretores mais antigos. Em uma “atitude de pura vaidade”, segundo Seu Peixoto, esta senhora destruiu todos os registros dos primeiros anos do Célia Xavier, incluindo um diário e fotografias: “o objetivo dela foi se tornar a diretora mais conhecida da história da Associação – suas ações foram em vão”, analisa.

Ao final, fugindo um pouco do contexto histórico, Seu Peixoto encerrou sua apresentação falando da importância do passe e como devemos estar preparados para ele. “Sem nossa reforma íntima iniciada, nem sempre o passe irá funcionar”, chama a atenção. “Tudo depende de nossa atitude e dos compromissos assumidos por nós perante a Casa”, encerra.

A Mocidade AECX marcou presença com Marcela Lodron, Eduardo Moreno e Luiz Henrique, ambos do IV Ciclo, além de Marcus Papa (I Ciclo). “Seu Peixoto realmente dá um show nas palestras dele. Além de parecer que a história dele se confunde com a do Célia. Muito bom mesmo!”, comenta Dudu.

Seu Peixoto relembra: "até o Célia Xavier já foi espionado pelos militares na época da ditadura"
Geralda Reis também contribui para o contexto histórico da palestra: "fui a primeira mulher a dirigir uma reunião na Casa", completa
O Diretor Administrativo da AECX, Marcos Aurélio, faz o encerramenrto do evento agradecendo ao ilustre convidado

2 comments:

Anônimo disse...

nossa vcs estao super atenados e atualizados heim?! amei a matéria super interessante!! vc tao dando um show de reportagem!!parabéns!

Anônimo disse...

Parabéns pela matéria! Excelente assunto não só pro nosso Blog como também pra gente ficar mais antenado nas coisas!

Bão demais! :)

Feliz ano novo a todos!

beijos e []s, Fernando Caixeta